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Porto Seguro e Cabrália estão perdendo empresários por culpa da mão-de-obra

  • cdl455
  • há 4 dias
  • 4 min de leitura

Relatos são denúncias de empresários dos setores do turismo, alimentação, comércio e hotelaria

Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália vivem um colapso silencioso. Enquanto se vendem como paraísos turísticos para o Brasil e o mundo, por trás das fachadas de restaurantes charmosos, hotéis bem avaliados e receptivos acolhedores, empresários estão fechando seus estabelecimentos — e não é por falta de clientes. O motivo? A ausência quase generalizada de compromisso, qualificação e respeito à profissão por parte de grande parte da mão de obra local.


A CDL de Porto Seguro têm recebido dezenas de relatos de empresários dos mais diversos setores denunciando o que pode ser chamado, sem exagero, de um sabotamento interno constante: colaboradores que faltam sem aviso, utilizam atestados falsos ou forjados em feriados e fins de semana, exigem aumentos ou promoções sem entregar resultados, processam a empresa após cometerem faltas graves e ainda difamam os próprios empregadores para outros colegas, o que por si só configura motivo de justa causa, conforme o artigo 482 da CLT.


Relatos que escancaram a verdade


Quatro empresários de setores diferentes procuraram a CDL para relatar seus dramas — e todos apontam o mesmo culpado: a falta de compromisso da mão de obra local.


1. Empresário do setor de comercial:

“Eu tive que sair da cidade e deixar tudo nas mãos da minha esposa, que está exausta e entrando em depressão. Os funcionários não foram trabalhar na sexta, não foram no sábado, domingo era folga e ninguém apareceu na segunda. Desse jeito, não tem como continuar. O que mais me dói não é o prejuízo, é a má vontade, a vagabundagem mesmo. Chega. Vamos fechar.”


2. Dono de restaurante:

“O maior problema não foi financeiro. Eu até consegui um pequeno lucro no mês passado. Mas quando vejo estoque sumindo — carnes, bebidas, peixe — e ninguém se responsabiliza, quando vou ver a planilha, simplesmente evaporou, aí eu desisto. E como você motiva um time que mente, rouba e ainda falta ao trabalho em plena Semana Santa? Não dá. Não existe empresa que aguente.”


3. Proprietário de pousada:

“O colaborador vem sem saber nada. Não sabe fazer check-in, não sabe limpar um banheiro, não sabe lidar com hóspedes. A gente treina, investe, ensina. E no final, sabe o que ele faz? Pede pra sair ou processa a empresa por qualquer bobagem, mesmo sendo ele quem errou. O sistema favorece o errado. Nunca vi isso.”


4. Gestor de receptivo turístico:

“Contratei um funcionário que, no terceiro dia, já estava desmotivando os outros, falando mal da empresa, da escala, do salário. Eu sou um cara que acolhe, dou chance, ouço. Mas hoje penso duas vezes. O colaborador virou um risco jurídico. Basta ele errar e querer te punir por tê-lo chamado atenção. E a Justiça muitas vezes aceita essas ações. A verdade é que tem colaborador que não quer trabalhar, quer enriquecer pelo processo.”


Feriados viram 'licença coletiva' disfarçada de atestado médico


O recente boom de atestados entregues às empresas durante o feriado da Semana Santa foi tão grave que gerou denúncia formal da CDL de Porto Seguro, que identificou indícios de falsificação, adulteração e pressão sobre médicos para emissão de atestados indevidos. Em resposta, três profissionais da saúde relataram à redação — sob anonimato por medo de retaliações — que são ameaçados por pacientes quando se recusam a emitir laudos sem diagnóstico válido.


Apesar de a Secretaria Municipal de Saúde anunciar que pretende implantar o sistema de atestados digitais com QR Code, os médicos denunciam que isso não resolverá um problema ainda mais grave: o medo e a coação sofrida por profissionais da saúde por parte de maus colaboradores que usam a medicina como justificativa para não cumprir suas obrigações trabalhistas.


Fatos jurídicos que o colaborador precisa entender


É importante esclarecer juridicamente:

Difamar a empresa ou seus superiores no ambiente de trabalho é passível de demissão por justa causa (CLT, art. 482, alínea "k").


Atestado falso ou adulterado é crime previsto no artigo 299 do Código Penal, com pena de até 5 anos de reclusão para quem falsifica e para quem utiliza.


Faltas injustificadas, mesmo que em feriados, podem ser descontadas e acumuladas para justa causa em caso de reincidência.


O empregador tem o direito de solicitar contraprova médica, como determina o art. 6º, § 1º, da Lei 605/49, e pode encaminhar o trabalhador a uma clínica credenciada.


Os empresários também têm direitos


Enquanto muitos trabalhadores se organizam para denunciar empresas por direitos desrespeitados — o que é legítimo — é fundamental lembrar que os empresários também estão protegidos pela lei. Muitos têm sido vítimas de ações trabalhistas infundadas, por vezes motivadas por vingança, má-fé ou oportunismo.


“Estamos cansados de sermos os vilões de uma história que só tem um lado contado. A verdade é que o empresário também sofre, e muitos estão desistindo de Porto Seguro justamente por não encontrar gente disposta a crescer junto.”, declarou Vinícius Brandão, presidente da CDL de Porto Seguro.


Quem vai segurar essa conta?


O turismo é o motor econômico de Porto Seguro e Cabrália. Mas quem alimenta esse motor? O trabalho. E quando a mão de obra falha, o sistema entra em colapso. Se nada mudar, se não houver consciência profissional, ética e compromisso de ambas as partes, mais empresários irão embora, mais portas se fecharão e mais empregos desaparecerão. Porque não é apenas o patrão que perde. É a cidade inteira.


Matéria assinada por Vinícius Brandão, colunista do portal A Gazetta, presidente da CDL Porto Seguro, diretor estadual da ABIH-BA, conselheiro de turismo de Porto Seguro, empresário do setor hoteleiro, jornalista graduado pela Faculdade Social da Bahia e docente bacharel em Direito pela FacMed


Contato para denúncias sigilosas: cdldeportoseguro@gmail.com

 
 
 

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